Vocação e Bíblia



Por André Felipe – Seminarista Propedêutico

    
Para nós cristãos católicos, a vocação afeta o mais íntimo do ser. Dá sentido à sua vida, lhe dá identidade. Falar de vocação é falar da experiência de Deus, é querer explicar o inexplicável de nossas vidas contemplando o mistério único, é quando cada pessoa a seu modo, passou por experiências espirituais atingindo uma relação profunda do encontro pessoal de amor e misericórdia que fizera com o Pai celestial.

      Todos são eleitos por Deus Pai para serem enviados por Cristo, ungidos pelo Espírito Santo, a fim de realizar o plano de Salvação na história dos homens. Na Bíblia, Deus sempre toma a iniciativa das vocações, Ele quer dialogar com sua criação homem/mulher: “- a palavra de Deus me foi dirigida.” (Jeremias). Abraão e Sara: chamados para formar um povo Gn 12, 1-9; Moisés: a vocação de um libertador, Deus o chama pelo nome: “Moisés, Moisés”. E ele responde prontamente: “Eis me aqui” Ex 3, 1-15. Deus quando chama alguém é porque este já é íntimo seu. “Antes mesmo de te formar no ventre materno, eu te conheci; antes que saísses do seio, eu te consagrei” (Jr 1,1-5).
        A própria vocação de Maria, em que os elementos essenciais se destacam: chamado, anúncio da missão, explicação da missão e aceitação. O Catecismo da Igreja Católica (CIC) nos diz no parágrafo 27 que: O desejo de Deus é um sentimento inscrito no coração do homem, porque o homem foi criado por Deus e para Deus. Deus não cessa de atrair o homem para Si e só em Deus é que o homem encontra a verdade e a felicidade que procura sem descanso: «A razão mais sublime da dignidade humana consiste na sua vocação à comunhão com Deus. Desde o começo da sua existência, o homem é convidado a dialogar com Deus: pois se existe, é porque Deus o criou por amor e, por amor, não cessa de dar-lhe o ser, e o homem só vive plenamente, segundo a verdade, se reconhecer livremente esse amor e se entregar ao seu Criador».
         Assim sendo, que a cada dia possamos ser capazes de ouvir o clamor de Deus, com o coração simples e orante, aberto e generoso para respondermos livres, mas verdadeiramente convictos ao chamado repleto de graças que Ele quer nos oferecer. E você, já parou para pensar se o que está fazendo é o que você gosta, e o que Deus quer que você faça?

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